Pois é, todas as caminhadas começam com um primeiro passo (ou um primeiro salto), todas as sinfonias começam com uma primeira nota (ou um primeiro acorde) e nem todas as histórias começam com "Era uma vez...". E nós, começamos com uma primeira história. A nossa história.
Era uma vez um grupo de indivíduos simpáticos, unidos por uma míriade de pontos comuns, não o menos relevante dos quais sendo que todos tinham aulas com um certo professor que ficaria muito feliz de ver o seu nome escrito em luzes (imagino eu... quem não gostaria?), mas a quem esta Gazeta não vai dar esse prazer. Chamemos-lhe... Nicolau Vitaliano. Ora este professor, como todos os professores daquela cadeira, tinha por hábito dar testes surpresa. Poque diabo se chamavam testes surpresa? Nem nunca chegámos a saber ao certo... Desconfiamos que seria porque, a cada quinze dias, se não era teste, bem... "Surpresa! Hoje não é teste!"
Pois o último teste do semestre tinha, de facto, uma surpresa. Este teste não era de dez a quinze minutos, o último quarto de hora da aula, mas sim de duas horas, ou seja, toda a aula. Esta não é a surpresa, não, que isto estava anunciado na página da disciplina desde o princípio do semestre. A surpresa deu-se quando o professor Vitaliano entra pela sala e, perante os alunos prontos para o teste anuncia "Vamos fazer a Ficha" seja lá qual for o número da ficha... já lá vão alguns anos.
Os alunos, atónitos, apressam-se a resolver a dita ficha com a maior celeridade, visando maximizar o tempo disponível para o tão anunciado teste. Pois passada a primeira meia hora das duas horas de que havíamos de precisar para o teste, o nosso estimado Professor resolve entreter-nos com histórias da sua carreira mais recente, das suas viagens à Coreia e aos Estados Unidos da América, com uma demonstração impressionante da arte mais popular deste pais (que é o queixume, como podeis ver), e com frases que ficaram (ou ficarão, a partir de agora) para a eterniadade. Frases como, "Pá, vocês, pá, não se prendam por nenhuma mulher, pá!", o que nos fez recuar até ao tempo do Sr. Vasco Lourenço (uma proeza, uma vez que nós ainda não éramos nascidos nesse tempo) e "O que mais há na América é mulheres" (um facto ainda a comprovar pela Gazeta da Verdade. Envie-se, celeremente, um Gazeteiro a esse maravilhoso país!).
Já tarde se apervebeu de que a hora e tal que gastou futilmente devia ter sido empregue a fazer o teste. Resultado: um penalty de cabeça para o professor Nicolau Vitaliano, que forçou todo o plantel da equipa adversária a reajustar a sua táctica e retornar em força, mais tarde, para fazer a prova das 6 às 8. Da parte deste Gazeteiro, isso deu azo a que se encontrasse já tarde, enfiado num café da Pampilhosa, à beira da estação de caminhos de ferro, fechada e sinistra, magicando como retornar a casa (que, às vezes, a CP delega trabalhos para a outra CP).
E, em concluio, estas e outras verdades que os demais gazeteiros não contam, incitaram-nos a escrever esta Gazeta da Verdade, para que a Verdade saia de casa mais vezes. E, por nós, entenda-se eu, até que mais Gazeteiros adiram à nossa causa de ir redigindo este que veio substituir os boletins de trazer por casa de antigamente. Portanto, como é meu hábito, vou aqui acabar com um
Pax vobiscum atque vale
do Gazeteiro ArabianShark, que aproveita para vos lembrar que isto não é um diário nem um semanário, mas sim um de-vez-em-quand'ário. E, caso queirais vós tomar voz e tornar-vos e à vossa voz em Gazeteiros, dizei, meus caros, dizei!