Pois o nosso hiato não se deve ao nosso desaparecimento, tão pouco ao desaparecimento da verdade. Sucede apenas que nem sempre a verdade tem tempo para vir ao de cima. Outras vezes, a verdade que transpira mal se nota na camisa das mentiras que conhecemos bem demais. Mas hoje a verdade é outra.
E, para variar, o protagonista desta verdade partilha o estatuto dos protagonistas das verdades anteriores (e, já que, para bom entendedor, meia palavra basta, não é só o estatuto que este indivíduo partilha com um dos seus nossos conhecidos pares). Ainda que escamoteie o nome dele, chamemos-lhe Manuel Lago.
A esta altura julgam os nossos estimados leitores que aqui na Gazeta guardamos algum rancor para com os protagonistas das verdades que transpiramos. Para quê negá-lo, se é à verdade que nos dedicamos? Mas este senhor é diferente. Aqui na Gazeta até gostamos deste indivíduo, mas não podemos deixar de nos zangar. Então, Sr. Lago?
Saibam vossas excelências que é hoje o último dia dos assim-chamados Exames de Recusro do ano lectivo 2006/2007. Eis pois que a cadeira leccionada pelo Prof. Lago se recorre exactamente hoje, às 10:00. E, em havendo recorrentes, há que haver exame. Pois recorrentes houve, menos que uma mão cheia deles, mas houve; já exame...
Foi a surpresa que brindou os recorrentes, quando, ao invés do Prof. Lago, outro rosto familiar (que tem nome, não duvidem, mas para quê envolvê-lo nesta história sórdida? Esperai até que alguma verdade dele merite uma entrada nesta nossa-vossa Gazeta) que os recebeu na sala marcada. Que não, não era o exame do Prof. Lago que se devia realizar. Era outro.
Eis que os recorrentes se dedicam ao apuramento da verdade (não da Verdade, no entanto. Essa encontrá-los-ia por meio próprio). E vem essa verdde a ser que o Prof. Lago não estava, não tinha pedido a ninguém que vigiasse a prova, não tinha reservado a sala que lhe fora atribuída (note-se, havia de reservar a sala, por mais que lha tivessem forçado) e nem sequer tinha deixado os exames.
E então, que fazer? Antes de mais, "Então, Prof. Lago? Que esperava?" Que vergonha, Sr. Lago...
Combine-se outra data. Façam-se preparativos. O exame há de ser. Menos mal.
Mas, bolas, não nos calemos! Então a nós, que pagamos propinas, que pagamos sobre as propinas uma caução para poder fazer exame, traem-nos assim? Onde estão os protocolos que nos protejam? Onde está quem faça valer os nossos direitos? O nosso sindicato?
Não há!
E livrem-se de fazer barulho. Não conheceis o queixume do costume? "Os estudantes não sabem a sorte que têm. Os estudantes pedem demais. Os estudantes não querem responsabilidades. Os estudantes isto. Os estudantes aquilo. Os estudantes assim e assado e frito e salteado em cama de puré de ervilhas com molho de soja e pimenta de caiena com espargos cozidos e maionnaise de alho." Arquive-se!
Ainda que os nossos clamores caiam em ouvidos moucos, não se deixem amordaçar. Façam barulho! Deitem a casa abaixo. Ainda que nos não ouçam, ao menos vamos deixá-los com uma grandecíssima dor de ouvidos.
Do vosso amigo e Gazeteiro ArabianShark, para nós e não para eles
Pax vobiscum atque vale.
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